UNIVERSIDADE DA MADEIRA |
GRUPO DE ASTRONOMIA |
Observação do mês |
Nº 12 - Dezembro 2002 |
TOURO
A constelação de Touro é uma das mais facilmente identificáveis no céu. Já toda a gente ouviu falar e sabe identificar com maior ou menor dificuldade o conjunto de estrelas designado por 'sete irmãs'. Ao fazê-lo estamos a sondar a constelação do Touro. Um pouco ao lado deste enxame de estrelas fica outro com a forma muito característica de um V (ver figura 1). Prolongando esse V chegamos às estrelas beta-Tau, também designada por Elnath, e zeta-Tau.
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Aldebaran (alfa Tau) é uma gigante laranja com um diâmetro 40 vezes superior ao do Sol e 100 vezes mais brilhante. Dista cerca de 60 anos luz do Sol e a sua magnitude aparente é de 0.9.
As Híades, a 150 anos luz de distância, são o enxame aberto mais próximo do Sol e por isso um dos mais estudados. Para observar o enxame como um todo recomenda-se a utilização de binóculos (ou mesmo a observação a olho nu) visto o enxame ocupar uma vasta região do céu. A estrela Aldebaran não faz parte do enxame estando na realidade muito mais próxima de nós. Das centenas de estrelas pertencentes ao enxame escolhemos algumas das mais brilhantes cujos dados se indicam na tabela 1 e cuja localização se mostra na figura 2.
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Tabela 1 - Algumas das Híades. | |||
Designação | magnitude | Classe | Tipo espectral |
gama-Tau | 3.6 | III | K0 |
delta-Tau 1 | 3.8 | III | K0 |
delta-Tau 2 | 4.3 | V | A2 |
epsílon-Tau | 3.5 | III | K0 |
ipsílon-Tau 1 | 3.8 | III | K0 |
ipsílon-Tau 2 | 3.4 | III | A7 |
As Plêiades (M45), também conhecidas por 'sete irmãs', é talvez o mais famoso de todos os enxames abertos. São facilmente identificáveis a olho nu 6 ou 7 estrelas do enxame. Com uns binóculos podem observar-se muitas mais. Na tabela 2 indicamos apenas as sete irmãs (Alcyone, Electra, Maia, Merope, Taygeta, Celaeno e Asterope) e os respectivos pais (Atlas e Pleione). A localização destas 9 estrelas está representada na figura 3. O enxame M45 é relativamente novo estando a sua idade estimada em cerca de 50 milhões de anos. As suas estrelas são bem mais jovens tendo-se formado apenas há alguns milhões de anos. Com exposições prolongadas é possível notar ainda em torno de algumas estrelas vestígios da nuvem de gás que lhes deu origem.
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Tabela 2 - Algumas das Plêiades. | |||
Nome | Magnitude | Classe | Tipo espectral |
Electra | 3.7 | III | B6 |
Taygeta | 4.3 | IV | B6 |
Maia | 3.9 | III | B7 |
Merope | 4.2 | IV | B6 |
Alcyone (eta-Tau) | 2.8 | III | B7 |
Altas | 3.6 | III | B8 |
Pleione (BU Tau) | 4.8 - 5.5 | V | B8 |
Celaeno | 5.5 | IV | B7 |
Asterope | 5.8 | V | B8 |
Saturno
Ainda na constelação do Touro pode observar-se o planeta Saturno (ver figura 1). Ao contrário do que acontece com as estrelas os planetas do sistema solar estão de tal maneira próximos de nós que o seu movimento próprio é facilmente observável. Na figura 1 podemos ver a localização de Saturno no início de Dezembro de 2002. Ao longo do mês poderá observar-se a deslocação de Saturno na direcção de zeta-Tau (estrela de magnitude 3.0 ). Com pequenos telescópios é possível observar, embora com uma baixa resolução, os anéis de Saturno bem como o maior dos seus satélites (Titã).
Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira - 2002