Não consigo entender a órbita de Terra ao redor do Sol. No meu entendimento daqui a seis meses durante as noites estaremos olhando para o lado oposto do espaço sideral que estamos vendo nas noites de agora. Se a Terra efetivamente gira ao redor do Sol então daqui a seis meses, à meia noite, deverei ter a visão que teria hoje ao meio dia se por um momento o Sol se apagasse completamente. Como é possível, então, olhar para o lado oposto daqui a seis meses e continuar vendo a mesma coisa que estou vendo agora já que deverei estar do lado oposto do Sol em relação ao local em que me encontro agora na órbita da Terra ao redor do Sol. Será que têm explicação para esta minha pequena dúvida?
A resposta à sua dúvida já está na sua pergunta. Mas vou tentar resumir:
- se não houvesse Sol (ou melhor, atmosfera, que é a razão principal porque o céu fica tão brilhante durante o dia), teriamos, durante 24 horas, visão sobre todas as estrelas que se podem ver do nosso local (Hemisferio Norte no caso da Madeira);
- assim, não seria relevante a passagem dos meses (dos quais meio ano é um caso particular), a não ser no detalhe de, realmente, à mesma hora da noite e olhando para o mesmo local do céu, nós irmos vendo constelações diferentes ao longo do ano (só voltando o ciclo ao início, realmente, exactamente no final de um ano completo);
- no entanto, colocando agora atmosfera (e o ceu diurno brilhante) haverá cerca de doze horas em que não conseguimos ver constelações; assim, de facto, elas estao lá, mas não as podemos ver; na prática e para os nossos olhos (ou no óptico) há, realmente, apenas uma parte (metade) das constelações que podemos ver em cada noite, comparada com dali a seis meses (em que vemos, aproximadamente, as restantes);
- repare que, no entanto, com olhos "rádio astronómicos", esta questão não se coloca; de facto, na perspectiva rádio (em que observamos o Universo com rádio telescópios) as constelações estão todo o ano no céu, durante as 24 horas completas em que as podemos observar; e não faz diferença ver agora ou daqui a meio ano, à parte a questão de serem horas diferentes para a mesma constelação no mesmo local do céu, como mencionado em 2.
I can't understand the orbit of the Earth around the Sun. As I see it in six months time during nighttime we will be looking at the opposite side of sidereal space that we see at the moment. If the Earth effectively rotates around the Sun then in six months time, at midnight, I should be able to see today at midday if for a moment the Sun would switch off completely. How is it possible, then, that in six months time I should be looking at the same things that I see today if I am on the other side of the Sun in relation to where I find myself now in the Earth's orbit around the Sun. Can you please explain this doubt that I have?
The answer to your doubt is already in your question. But I'll try to summarize:
- If there were no sun (or rather, an atmosphere, which is the main reason why the sky is so bright during the day), we would have, for 24 hours, a view of all the stars that can be seen from our location (Northern Hemisphere in the case of Madeira);
- Thus, the passage of months would not be relevant except in the detail that, really, at the same time of night and looking at the same place in the sky, we see different constellations throughout of the year (only returning the cycle to the beginning exactly at the end of a complete year);
- However, now factoring in the atmosphere (and the bright daytime sky) there will be about twelve hours when we cannot see constellations; so, in fact, they are there, but we cannot see them; in practice and for our eyes (or optics) there is really only a part (half) of the constellations that we can see each night, compared to six months later (when we see the rest);
- Note that, however, with "radio astronomical" eyes, this question does not arise; in fact, in the radio perspective (in which we observe the Universe with radio telescopes) the constellations are in the sky all year long, during the full 24 hours in which we can observe them; and it makes no difference to see now or half a year from now, apart from the question of there being different times for the same constellation in the same place in the sky, as mentioned in point #2.