VIRGO

A constelação de Virgo (Virgem) faz fronteira com outras oito constelações. Entre essas encontram-se a constelação de Leão (Observação do Mês nº15 - Mar 2003) e a constelação do Boieiro (Observação do Mês nº5 - Mai 2002). Identificando estas duas constelações pode tentar-se localizar alfa-Vir (a distância de separação entre alfa-Boo e beta-Leo é semelhante à distância de separação entre qualquer uma destas estrelas e alfa-Vir). Uma vez localizada alfa-Vir pode partir-se para a identificação de outras estrelas da constelação da Virgem.

Spica (alfa-Vir) é uma estrela gigante azul-branca de magnitude aparente 1.0. Spica é na realidade cerca de 90 vezes mais luminosa que Siriús (Observação do Mês nº 2 - Fev 2002)  mas, devido a estar aproximadamente 30 vezes mais longe, tem um brilho aparente inferior.

Porrima (gama-Vir) apresenta-se a olho nu como uma estrela de magnitude aparente 2.7.  Na realidade consiste num par de estrelas brancas muito semelhantes ambas pertencentes à sequência principal e com magnitude aparente de 3.7. Estas estrelas orbitam em torno do centro de massa do sistema dando uma volta completa a cada 177 anos. Em 2007 as estrelas estarão no ponto de aproximação máxima pelo que não poderão ser resolvidas em telescópios pequenos. Actualmente as estrelas já estão em aproximação o que poderá dificultar a sua observação.

Existem muitas galáxias na constelação da Virgem pertencendo a maior parte delas ao chamado Enxame da Virgem. No centro do enxame fica a galáxia gigante M87. Esta galáxia pode ser observada a partir de pequenos telescópios apresentando-se como uma pequena mancha. Julga-se que M87 tem  um buraco negro supermassivo no seu centro!

Na tabela seguinte indicam-se alguns dados referentes a algumas das galáxias pertencentes à constelação da Virgem. Das galáxias indicadas apenas M104, também conhecida pelo nome de Galáxia do Sombrero, não faz parte do Enxame da Virgem, estando cerca de 10 milhões de anos luz (!) mais próxima de nós.

Na figura 1 é indicada a localização de quatro destas galáxias (M87, M49, M61 e M104). As restantes encontram-se nas imediações de M87 como se pode ver na figura 2 (correspondente à ampliação do sector assinalado na figura 1). Apontando um pequeno telescópio para esta região deverá ser possível observar pelo menos algumas das galáxias. Mesmo que não se consiga identificar qual a galáxia que estamos a ver num dado instante, o simples facto de a estarmos a ver é por si só notável pois estamos a captar com os nossos olhos a luz de um objecto que está a 60 milhões (60 000 000) de anos luz de distância!!!

Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira - 2003